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quarta-feira, 25 de abril de 2012

PALAVRAS DEDICADAS AOS Amigos da Cidade.

Olá amigos.


     Mais uma postagem me meu blog. como estive ausente estes dias, resolvi fazer um apanhando geral do assunto.
     Pois bem, novamente tenho sido criticado por aqueles que se dizem Amigos da Cidade, por meus textos que mostra e demonstra o que acontece.
     aprendi que tanto na vida pessoal como na vida politica, se tu não queres receber criticas, faça a coisa certa, que assim provavelmente tu receberás elogios.
     ficar dizendo que, quem não é a favor é do contra, demonstra o total despreparo de argumentos destas pessoas ao embate de ideias, tentam ser a tampa da panela para abafar a pressão, sendo que, a panela esta cheia de furos.
     Leio muito os  Poemas de Fernando Pessoa e seus heterônios e em especial um deles gostaria de dedicar aos Amigos da cidade, chama-se Poema em Linha Reta  do heterônio Álvaro de campos ( FERNANDO PESSOA),  quem não é Amigo da Cidade, com certeza vai se identificar com o  Amigo  Álvaro de Campos e Fernando Pessoa. 
     Este poema quase centenário é tao atual para nossa cidade.


     E obrigado por estar acompanhando meu blog Amigos.


link do POEMA EM LINHA RETA de Álvaro de Campos ( FERNANDO PESSOA).


http://www.releituras.com/fpessoa_linhareta.asp



Nunca conheci quem tivesse levado porrada.
Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.


E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil,
Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita,
Indesculpavelmente sujo,
Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho,
Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,
Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas,
Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,
Que tenho sofrido enxovalhos e calado,
Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda;
Eu, que tenho sido cômico às criadas de hotel,
Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes,
Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado sem pagar,
Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado
Para fora da possibilidade do soco;
Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas,
Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo.

Toda a gente que eu conheço e que fala comigo
Nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho,
Nunca foi senão príncipe - todos eles príncipes - na vida...

Quem me dera ouvir de alguém a voz humana
Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia;
Que contasse, não uma violência, mas uma cobardia!
Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam.
Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?
Ó príncipes, meus irmãos,

Arre, estou farto de semideuses!
Onde é que há gente no mundo?

Então sou só eu que é vil e errôneo nesta terra?

Poderão as mulheres não os terem amado,
Podem ter sido traídos - mas ridículos nunca!
E eu, que tenho sido ridículo sem ter sido traído,
Como posso eu falar com os meus superiores sem titubear?
Eu, que venho sido vil, literalmente vil,
Vil no sentido mesquinho e infame da vileza.


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