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sábado, 24 de março de 2012

Lei da Causa e Efeito



Olá Amigos, mais uma vez venho postar em meu blog a vocês.

Hoje começo com um tema um tanto quanto diferenciado para minhas postagens, mas significativo na sociedade.

Ontem, após a minha saída da Câmara Municipal, caminhando pelo Centro de Itanhaém, vi inúmeros moradores de ruas. E atentei-me para um casal com criança pequena de colo, que se abrigava sob uma marquise de loja de departamentos para se esconder da chuva.  Como eu também estava a pé e tive que me abrigar ali, logo ele veio me pedir uns trocados, um cigarro, etc. expliquei a ele que não fumava, mas gostaria de poder ajudá-lo. Nisto surgiu a nossa conversa.

Não vou citar nomes verdadeiros apenas fictícios, para proteger a identidade deles, mas vou relatar o fato ocorrido. Ele falou que se chamava Amarildo,  a companheira chamava-se Diana e no colo estava o pequeno Mateus.

Perguntei de onde eles eram, ele me falou que tinha vindo do sertão nordestino (preservarei o local de nascimento), e que tinha deixado mulher e filhos lá há nove anos.  Contou-me que lá ele trabalhou na terra e foi pedreiro,  e que foi para São Paulo para tentar uma vida melhor. Perguntei se a Diana era de lá também, ele me disse que não, que se conheceram na Praia Grande, mas foram para Itanhaém em busca de novas chances na vida. Ele me contou que eles “se perderam na vida” com o uso das drogas,  pois não encontrou aqui emprego, não abandonaria a mulher atual, e que não teria “cara” de voltar para sua terra natal e mostrar que era derrotado, que ele tinha se tornado uma vergonha para a familia, tanto de lá que ele nem sabe como está, como a daqui sob a marquise.  Percebi que apesar do uso continuo de drogas, ele tinha uma boa linha de expressão, não dizia nada desconexo.

Recomendei a ele que fosse a  procura o serviço social da cidade, mas ele me disse que foi até lá, mas as coisas são complicadas e que sua primeira e única passagem por lá foi complicada no atendimento.

Me senti completamente impotente em ver aquela família. Sou  Pai ,  chefe de família e diante daquela situação, doeu meu coração, ver o filho do casal ali sobre papelões, se protegendo da chuva.  A chuva deu uma estiagem e eu lhe disse para ter boa sorte, e que ele deveria reconsiderar em voltar para sua cidade e que fosse novamente a procura do Serviço Social de Itanhaem. Ele me agradeceu e disse que iriam e que eu tinha sido o primeiro a conversar com ele sem acusá-lo de ser vagabundo ou drogado há algum tempo, ninguém o tratava como cidadão, com respeito.

Respondi a ele que a família dele nada mais era que fruto de uma política errada, aonde se ele tivesse em sua cidade um desenvolvimento sustentável provavelmente a família dele hoje teria um lar.

Sai de lá com lágrimas nos olhos, mas com o propósito de ter idéias para que estas ocorrências familiares não venham acontecer com famílias de Itanhaém.  Sempre falamos no mal que a droga faz mal a sociedade, mas nos por acaso observamos que faz a sociedade a levar estas famílias para as drogas? O Consumo de drogas é apenas a ponta do Iceberg aonde o usuário vai se refugiar no seu mundo da fantasia pra fugir dos problemas da realidade.

Muitas vezes, O DESEMPREGO, O NEPOTISMO, A FALTA DE ESTRUTURA FAMILIAR, O DESESPERO, isto tudo faz que uma pessoa entrar em turbulência na vida e é ai que se dirige ao uso destas substancias (álcool, fumo, etc), pense nisto, garanto que se estruturarmos as famílias, dar chances de emprego a elas e tudo mais. Provavelmente, não teremos mais Amarildos, Dianas, Matheus jogados pelas marquises. E Assistência Social de Itanhaém, por favor, de uma volta a mais pelo centro e tente ajudar mais esta família.
Não nego que a curiosidade também as drogas, mas boa parte é fruto de pelos menos um dos itens citados acima.

2 comentários:

  1. Triste.
    Eu soube, não se se é verdade,
    que as Prefeituras - catam - os moradores
    das ruas de suas cidades, colocam em um transporte
    e - soltam - em outras cidades...

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  2. Reviragita Poesia, muito obrigado por participar de meu blog, fiquei sabendo que as vezes eles nao deixam em outra cidade mas em beira de estradas. São situações que os governos acham para "se livrar dos problemas". Agradeço muito a sua participação, partice sempre conosco.

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obrigado pela sua participação